sexta-feira, 18 de junho de 2010

Os dias brancos

Os dias brancos são os mais bonitos. Não me lembro absolutamente nada deles. Fico horas pensando e o que vem a minha mente não passa de pontos pretos que se movem bem devagar. Ando de um lado para outro. Vou com a minha caneca preta na janela, olho a paisagem e nada. O vento. A chuva. O frio. Nem sinto. Abro os livros e não vejo nenhuma palavra. Os dias brancos são os mais bonitos. Eu acordo e não faço a menor idéia de que horas são. Me levanto e me confundo no caminho até a porta. Saio de casa e se me perguntarem não sei qual é o dia da semana. Nunca soube o do mês. Meus calendários não trazem datas. Dias se tornam meses muito rápido e quando eu volto a entender tudo, tento esquecer. e quem disse que eu consigo?

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom, Leo. Uma ode à melancolia. É um poema, poderia ter disposto em versos se quisesse.

Seus textos tem um estilo muito original. A relação objetividade e subjetividade é única. Quase esquisita, deve ser coisa de admirador de Björk.

muito bom. parabéns.