domingo, 31 de janeiro de 2010

Desencanto Silvestre

Demorei muito tempo até descobrir que dava para ver o Cristo Redentor da Praça Cuauhtemoc. Informação desimportante. A rampa leva aquele teatro de bonecos. Nenhum guia informa isso. Aquelas grades nada protegem. Vamos ouvindo o barulho dos passos. Ritmados parecem um coração batendo. Quando se passa pelo túnel - ou seria viaduto – o som fica seco. Você me beijou pela primeira vez no ano. Perguntei seu nome por nada. A minha mão percorria seu corpo. A gente ficava de costas para a baía como se fosse um conjunto de água qualquer. E era. Tentou levar sua língua para além da minha boca e não entendeu a proibição. Eu estava ferido, por mim mesmo, ferido. Me fez ser único por menos de uma hora. Dois minutos depois beijava outro como se ele fosse o primeiro.

Um comentário:

Nêcarioca. disse...

Maravilhoso, isso aqui!!!
Estou encantado, apaixonado por esse talento e pela escrita maravilhosa do Leonardo!!
Perfeito isso Leo!!
Sucesso!!!
Um abração!!!