terça-feira, 17 de novembro de 2009

Avenida Marechal Rondon

Apenas carros em alta velocidade. O sinal vermelho é uma pausa estranha ao fluxo. Senhoras gordas e mulheres em micro-shorts atravessam correndo a avenida. Tudo parece que vem do nada e segue para lugar nenhum. Esperando o ônibus, ela anuncia a notícia que acabava de ouvir no seu mp3 da Uruguaiana: o Brasil ganhou. Tinha uma felicidade solitária no seu riso. Se sentia a mensageira das boas novas. Só ela sabia o que aquilo significava para si. Nunca mais voltaria ao hospital da redondeza. Quando o 510 chegou, entrou e sentou alegre numa cadeira na janela. Dois dias depois, morreu.

Um comentário:

Raquel Galvão disse...

Que macabéia! rs.
Belo texto. Beijos