quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Lápis nº2

Era uma metade de lápis sem ponta. Não tinha cor. Grafite. Com os dentes apontei. Mastiguei a madeira e depois engoli. Comecei a desenhar. Chão. Paredes. Teto. Geladeira. Fogão. Liquidificador. Desenhei em tudo. Não tinha forma. Mas, não era abstrato. As pessoas tem a mania de achar que um é antônimo do outro. Quanto mais eu riscava, mais fina ficava a ponta do lápis. Os riscos já nem davam para ser vistos. Foi a hora em que fiz os melhores desenhos.